quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Sites de compras coletivas agitam mercado


De rápido crescimento e fácil aceitação pelo público, esse tipo de serviço chama a atenção de gigantes como o Google e abre caminho para novos negócios. 

O americano Groupon, considerado pai de todos os sites de compras coletivas existentes hoje por ter sido o precursor do modelo, rejeitou no início do ano uma oferta do Google no valor de US$ 6 bilhões.


Apesar do alto valor oferecido, o site preferiu apostar em uma possível oferta de ações e o Google, por sua vez, afirmou que diante da negativa pretende desenvolver o seu próprio site de compras coletivas.

Tais acontecimentos mostram a força do mercado de compras conjuntas pela internet, que chegou ao Brasil em maio do ano passado e cresce rapidamente por aqui.

Para se ter uma ideia do aumento do número de sites deste tipo no país, o Saveme, página que congrega ofertas de diferentes portais de compras coletivas do Brasil, engloba atualmente mais de 300 empresas deste tipo. Segundo estimativas do serviço on-line, o número representa 80% deste mercado no país.

Por conta da proliferação destas páginas pela web nacional e do rápido crescimento que têm apresentado, o mercado chama a atenção de investidores internacionais. Keith Larson, vice-presidente da Intel Capital para as regiões deTaiwan, Coreia e América Latina, confirma o interesse.

"Estamos olhando para vários desses sites. O brasileiro gasta muito tempo em mídias sociais, e isso impulsiona o acesso a páginas deste tipo", diz o executivo.

O potencial de expansão destas empresas é difícil de ser calculado, mas as companhias no segmento esperam pelo menos triplicar o número de usuários em 2011. É o caso do Peixe Urbano, o primeiro a trazer o modelo para o Brasil, de olho no sucesso que o Groupon vinha fazendo nos Estados Unidos.

Com 5 milhões de usuários cadastrados, o site angariou um novo sócio em dezembro, o apresentador da TV Globo Luciano Huck, e não fecha a porta para novos investimentos.
"Estamos analisando qual a hora certa de levantar capital", diz um dos sócios, Julio Vasconcellos, que afirma já ter sido procurado por investidores estrangeiros.

No concorrente Clickon, os planos são ainda mais ambiciosos. O site vendeu três milhões de cupons de descontos durante o ano passado, quer vender 15 milhões em 2011, com tíquete médio de R$ 55, segundo o presidente Marcelo Macedo.

Juntos, esses cupons resultariam em receita total de R$ 825 milhões. O site, que tem 3,5 milhões de usuários cadastrados atualmente, projeta chegar a 9 milhões até o final deste ano.

Concorrência

Em um mercado com mais de 300 sites de compras coletivas, cada site tenta se diferenciar ao seu modo. No caso do Clickon, a estratégia é fechar parcerias com grandes empresas, algo que aconteceu no ano passado com Tam, por exemplo.

Em dezembro, era possível comprar passagens da companhia aérea com condições especiais para o período de férias, sendo que a primeira venda coletiva foi para a ponte Rio-São Paulo, com descontos de até 67%. Parcerias similares foram feitas também com a editora Abril e Vivo.

Outro site, o Imperdível, aposta em ofertas direcionadas para as classes A e B. A meta é, no mínimo, dobrar a receita, segundo Paulo Veras, sócio do negócio. Porém, ele não descarta a possibilidade de triplicá-la ainda este ano.

Apesar de não estar entre as três maiores sites deste mercado, a empresa também chama a atenção de investidores, segundo Veras. "Não estamos procurando sócios, mas também não descartamos. Fomos procurados por fundos de investimentos do Brasil e do exterior. Os investidores querem fazer parte desta onda."

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